terça-feira, 28 de abril de 2009

" O perfeito amor lança fora o medo." (I Jo 4:18)


"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba ..." (I Coríntios 13:4-8)

Por esses dias ficamos sabendo que um casal de amigos nossos estava se separando. Na verdade, não dá nem pra chamar de separação. Eles vinham tendo problemas conjugais há alguns meses (nós discordávamos da maneira com que lidavam em relação a alguns aspectos do casamento), e na semana passada ela saiu de casa.

Não é preciso ser expert em terapia de casais para perceber quando estamos tendo problemas em casa, problemas de relacionamento. Qualquer ser humano em plenas faculdades mentais consegue perceber que existe alguma coisa errada (excluindo-se os casos em que uma das partes vive uma vida dupla, e faz dela um segredo irrevelável, não dando ao outro a chance de conhecê-lo de verdade, ou àqueles nos quais ambas as partes vêem o problema mas preferem fingir que ele não existe).
Falo aqui de casais normais; duas pessoas comuns que se conhecerem, se apaixonaram, se deram bem e se casaram (grosso modo).

Quando leio esse texto da carta do apóstolo Paulo aos Coríntios chego a tremer um pouco. Esse amor que cobra, que sofre, que se dispõe a suportar tudo, a renunciar e esperar, parece mais uma condenação do que amor.
A vida toda pensamos em nos apaixonar, sonhamos com os beijinhos, os abraços, os passeios de mãos dadas, os amassos.
Queremos os sorrisos, as festas, as flores, o pôr-do-sol, as declarações.

Aí Paulo vem dizer que o amor é sofredor e não busca seus interesses ...
- Mas, e a minha felicidade?
"Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."
- Mas suporta até quando?

É difícil acreditar que o amor nunca falha, ao menos, o amor entre pessoas.
O amor narrado por Paulo, incondicional, com auto-sacrifício só pode mesmo ser Divino. O ser humano por melhor que seja tem seus momentos de fraqueza e termina por ser egoísta, mesquinho e muitas vezes, cruel. Ferimos quem está mais perto de nós, mesmo sem querer- querendo, como diria o Chaves.

Não é fácil!

Não é fácil abrir mão, não é fácil dizer sim, quando se quer dizer não, ou vice-versa. Não é fácil pedir e não ser atendido, ser cobrado, ver erros serem repetidos.
Não é fácil perdoar, dar uma nova chance, recomeçar ... mas isso é amar.

Somos imperfeitos e não há nada errado em ter medo. Mas é preciso ser maior que o medo para não desistir do amor.